11 de setembro de 2013

das contrações

Vem bem dolorida, abre espaço para passar. Se entrega ou se quebra. Dói quando se nega, é preciso aceitar.
Aceita e confia. Pensa na tua cria pedindo passagem para chegar.
Ondas de solidão cobram sua dependência, gritam sua impotência, rogam compaixão.
Grita, esperneia, mas deixa te abraçar. Vem dor, vem contração, nem pede permissão. Mergulha em Sedna, abraça Hecate. Ouve seu chamado. Mata a filha. Da passagem. Lá vem ela sem rodeios é a mãe nascendo em partes. Mais um pouco e outra dessa traz o seu rebento. Seu pequeno, seu amor. Tudo então se apaga com a luz daquele olhar. Do peito jorra amor, do ventre jorra a luz. 
As ondas nunca param...

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